quinta-feira, 25 de junho de 2009

Partido Comunista do Japão atrai juventude desiludida pelo capitalismo


O Partido Comunista do Japão, que foi proibido de existir até antes da Segunda Guerra Mundial e que chegou a ser considerado "um grupúsculo" pela mídia corporativa, está crescendo à medida que a crise do capitalismo se aprofunda no país.

Um "mangá", ou revista de histórias em quadrinhos japonesa, sobre O Capital de Karl Marx se transformou em um best-seller em todo o país; e um conto do período entre as guerras mundiais sobre a exploração encontrou novos leitores travestido de histórias em quadrinhos.

Apesar de ser a segunda economia do mundo, o Japão assiste ao surgimento de um movimento juvenil que questiona o sistema capitalista, quando sua economia sofre a pior recessão desde 1945, com megaempresas no vermelho, eliminando postos de trabalho.

O Partido Comunista do Japão não defende a revolução violenta, mas a desilusão com os partidos políticos tradicionais e com os sindicatos fez o partido crescer a um ritmo de mil novos filiados por mês, enquanto seu diário, Bandeira Vermelha, é lido por mais de 1,6 milhão de pessoas, segundo dirigentes.

"Este é o segundo país capitalista", afirmou Kimitoshi Morihara, vice-presidente da secretaria de relações internacionaisdo partido. "Mas agora a situação é bastante difícil, particularmente para os jovens", completou.

A desregulamentação do mercado de trabalho facilitou às empresas empregar e demitir trabalhadores, e o tradicional emprego de vida toda japonês deu lugar à incerteza e a salários mais baixos para a geração que entrou agora no mercado de trabalho.

O Partido Comunista do Japão, fundado em 1922, foi legalizado logo depois da Segunda Guerra Mundial. Desde os turbulentos anos de 1960 e 1970 tem sido um tenaz partido de oposição.

Atualmente possui apenas 16 deputados, de um total de 722 que dispõe o parlamento, o que o converte, de todos os modos, no quarto partido político do país, entretanto o número de filiados está aumentando, enquanto que os dos demais partidos caem. Isso já se sente nas ruas.

A manifestação de 1.º de Maio deste ano, em Tóquio, da qual o partido fez parte da organização, atraiu cerca de 36 mil pessoas, com muitos jovens dentre elas.

A versão "mangá" de O Capital é um best-seller, da mesma forma que a história em quadrinhos do classico da literatura japonesa de 1929 "Kanikosen", ou "O Barco Enlatador de Caranguejos", que descreve a brutal exploração dos trabalhadores.

A versão cinematográfica estreiará neste verão (no hemisfério norte), com a participação no papel principal de Ryuhei Matsuda, uma das estrelas do cinema japonês.

Fonte: Vermelho

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