quinta-feira, 29 de abril de 2010

Sábado das Memórias Gráficas com Sônia Luyten


Sábados da Memória das Artes Gráficas dessa semana é com a pesquisadora e escritora Sônia Luyten. Ela durante anos pesquisou o mangá, sendo uma das autoridades nacionais no assunto, tendo publicado diversos livros como O que é Histórias em Quadrinhos, Histórias em Quadrinhos – leitura crítica, Mangá, o poder dos quadrinhos japoneses, Cultura Pop Japonesa: mangá e animê.

O projeto Sábado da Memória das Artes Gráficas (como divulgado aqui) visa o resgate da memória de artistas e envolvidos no cenário de artes gráficas no Brasil, como é o caso de Sônia.

O próximo evento ocorre dia 01 de maio, sábado, as 14hs, na Biblioteca de São Paulo, no Parque da Juventude – Av: Cruzeiro do Sul, # 2630. Mais informações pelo telefone begin_of_the_skype_highlighting (11) 2089-0800 end_of_the_skype_highlighting.

FONTE: BIGORNA
(11) 2089-0800

Saraiva lança dois álbuns com adaptações literárias em quadrinhos

Quem passar pela área de quadrinhos de alguma grande livraria encontrará duas novidades: Frankenstein e Histórias de Poe, ambos publicados pela Editora Saraiva, por meio do selo Arx, voltado a jovens leitores.

Frankenstein (formato 17 x 24,5 cm, 96 páginas em preto e branco, capa dura, R$ 39,90), clássica história de terror escrita por Mary Shelley entre 1816 e 1817 - mas publicada somente em 1818 - teve o roteiro adaptado por Sergio Serra e os desenhos, belíssimos, de Meritxell Ribas. A tradução é de Eveline Bouteiller.

Os autores procuraram preservar passagens da obra original, como o fato de o monstro criado por Victor Frankenstein ter se voltado para o mal involuntariamente, por ser rejeitado pelo mundo no qual foi abandonado.

Histórias de Poe (formato 17 x 24,5 cm, 96 páginas coloridas, capa dura, R$ 39,90) foi adaptada por Denise Despeyroux, com arte de Miquel Serratosa. A tradução é de Ana Luisa Martins.

O álbum apresenta três contos do escritor estadunidense Edgar Allan Poe: O escaravelho de ouro, O método do Dr. Alcatrão e do professor Pena e A queda da casa de Usher.

E o interessante é que a coletânea não se restringe aos contos de terror de Poe, mostrando também incursões pela literatura humorística e pela narrativa de aventura.

Os dois álbuns foram originalmente publicados pela editora espanhola Parramón (que pertence ao grupo Norma) e, evidentemente, foram trazidos para o Brasil não apenas pela sua qualidade, mas também em virtude do crescimento da adoção de adaptações literárias em quadrinhos por programas governamentais de incentivo à leitura.

FONTE: UNIVERSO HQ

DVD Prêmio Angelo Agostini 2010


Já está disponível para venda o DVD do Prêmio Angelo Agostini 2010. O DVD é duplo e traz a cerimônia de premiação completa em um disco e no outro a integra do debate sobre "Mídia e Quadrinhos" que rolou entre vários jornalistas especializados antes da premiação.

Uma excelente lembrança para quem esteve lá e quer guardar aqueles momentos para sempre e também para quem não foi poder assistir o melhor do evento no conforto de casa. A produção competentíssima ficou a cargo da TV Tatuapé, que você já conhece do programa "HQ Além dos Balões", o mais antigo programa de Quadrinhos em atividade no Brasil. O "HQ Além dos Balões" entrevistou diversos artistas no evento e você pode adquirir estes programas também, tudo a preços populares.

Pense no seu futuro, seja um artista disciplinado e monte uma videoteca com suas entrevistas e momentos inesquecíveis. Para adquirir o seu DVD "Angelo Agostini 2010" pelo e-mail: hqalemdosbaloes@tvtatuape.com.br.

FONTE: BIGORNA

Colecionador lança o blog Museu dos Gibis


Ranieri de Andrade, de São Gonçalo/RJ, é um veterano colecionador de quadrinhos que resolver dividir um pouco das preciosidades que possui com outros leitores, por intermédio do blog Museu dos Gibis.

"Ainda está meio amador, mas vou trabalhar para que fique 'profissional'", diz Ranieri, que pretende postar no blog curiosidades sobre revistas em quadrinhos, colecionadores e coleções. "Vou começar com meu acervo, depois com os dos amigos."

Nos posts iniciais, ele aborda as revistas Fantasma e Cinemin, publicadas pela Ebal.

O colecionador diz ainda que aceita colaborações e palpites. Para isso, escreva para ranierideandrade@ymail.com.

FONTE: UNIVERSO HQ

O quadrinista e chargista pernambucano Lailson de Holanda estará lançando e autografando seu livro e DVD “ARRAESTAQUI” durante a Exposição de Charges


O quadrinista e chargista pernambucano Lailson de Holanda estará lançando e autografando seu livro e DVD “ARRAESTAQUI” durante a Exposição de Charges “ARRAESTAQUI – Miguel Arraes em Charges de 1979 a 2002”, no Congresso Nacional em Brasília no dia 04 de Maio às 17:00h, no Corredor do Plenário do Anexo II.

Tanto a Exposição, livro e documentário em DVD apresentam a trajetória política de um dos mais celebre Políticos de Pernambuco, o Miguel Arraes. Todas as charges foram publicadas entres os anos de 1979 e 2002 no Diário de Pernambuco e estarão reunidas na mostra; é um total de 520 charges.

FONTE: ZINE BRASIL

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Seminário e exposição sobre Angelo Agostini em São Paulo

São Paulo, abril de 2010. No centenário da morte de Angelo Agostini, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) reúne especialistas sobre a vida e a obra do primeiro caricaturista e desenhista de histórias em quadrinhos do Brasil. Agostini também atuou como jornalista, pintor e um dos mais destacados militantes da causa abolicionista no período imperial.

O seminário, gratuito, ocorre no dia 5 de maio, quarta-feira, às 8h30min, no Teatro CIEE (Rua Tabapuã, 445, São Paulo/SP). Nesse mesmo dia será aberta a exposição com desenhos do autor.

As inscrições são gratuitas e feitas no site do evento.

O seminário Os 100 anos de morte de Ângelo Agostini contará com palestras de Ruy Martins Altenfelder Silva, Ana Maria de Almeida Camargo, Murilo Melo Filho, Antonio Luiz Cagnin e Francisco Araújo. Após as apresentações, será realizado um debate sob coordenação de Luiz Gonzaga Bertelli.

FONTE: UNIVERSO HQ

Q.I. Educação é novo projeto da Quanta


Está no ar o blog Q.I. Educação, um novo projeto da Quanta Academia de Artes. Direcionado para as disciplinas escolares, visa estudantes, vestibulandos, curiosos e interessados em geral, disponibilizando acesso a textos ilustrados sobre ciências humanas, exatas e biológicas. O blog será abastecido semanalmente com material inédito.

O projeto Q.I. Educação está sob a coordenação de Evandro Souza (Bach. História – USP) e Vanks Estevão (Lic. Física – USP). As ilustrações estão a cargo de Tainan Rocha.

Para conhecer o projeto acesse aqui. Mas informações aqui.

FONTE: BIGORNA

Desenhos da Turma da Mônica na Tv, aos Sábados.


Após o fechamento de uma acordo entre a Rede Globo e a Maurício de Sousa Produções, a Tv aberta e o canal da TV Globo Internacional exibirá episódios da Turma da Mônica, apresentando os pequenos Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali, mas também episódios com os personagens Astronauta, da Turma do Penadinho e da Turma da Mônica Jovem, com animações até em 3D.

Segundo informações divulgadas pelo A tarde Online, o contrato da emissora com a Mauricio de Souza produções tem duração de três anos e, nesse período, os desenhos, filmes e vinhetas dos personagens da história em quadrinhos irão ao ar nas manhãs de sábado; já estão confirmadas quase 10 horas de programação.

Segundo a assessoria de imprensa da Globo, a previsão é que a atração comece a ser veiculada no início do segundo semestre. “Durante as férias, a criançada já poderá assistir aos desenhos. A qualidade da obra do Maurício de Sousa é inquestionável e sucesso há gerações. Com certeza, é uma forma de valorizarmos a produção nacional deste segmento ao levar este conteúdo para milhões de telespectadores”, disse José Luiz Bartolo, diretor de Licenciamento da TV Globo.

O criador do desenho animado não descartou a possibilidades de fazer outros trabalhos com a emissora. “Estávamos namorando há algum tempo. Este é só o começo de um ótimo casamento. A parceria entre duas lideranças como a TV Globo e a Turma da Mônica é algo para se brindar. Com muitos ‘Plim-Plins’!”.

Criado na década de 60 por Maurício de Sousa, quando ele ainda era repórter policial da “Folha da Manhã”, o desenho teve como primeiros personagens Franjinha e seu cachorro Bidu. Em seguida, a dupla passou a ter tirinhas nas páginas do jornal. Dez anos depois, com todos os personagens, a Turma da Mônica começou a ser publicada em revistas.

FONTE: ZINE BRASIL

Quadrinhista Galvão lança álbum na Itália


As Crônicas Bizarras de Absurdyum (104 páginas, 12 euros), saga de um roqueiro matuto, uma ostra com asas de borboleta e um porco pistoleiro marcam a estreia do cartunista Galvão no mundo das graphic novels.

A noite de lançamento, autógrafos e bate-papo com leitores europeus será na convenção de quadrinhos Comicon, em Nápoles, na Itália.

Galvão viaja e divulga o seu álbum a convite da editora Lavieri em Milão, Bolonha, Caserta, Turim e Roma, em eventos realizados ao longo do mês de maio.

A história traçada por Galvão se passa num cenário brasileiro. Em meio ao tédio da falta de sentido de uma vida ridiculamente mundana, três amigos se reúnem pra alimentar frustrações, colher sonhos e semear desejos. A vidinha do caipira radioativo, da garota com nome de fruto do mar e do leitão Tosco embala o início de um banquete fantástico, uma jornada que pode acabar com o legado do deus que gosta de ser chamado como Bolo de Carne.

Confira o trabalho de Galvão no site Vida Besta.

FONTE: UNIVERSO HQ

Santa Catarina em Quadrinhos


Adaptado da obra “História de Santa Catarina para ler e contar“, é lançado hoje as 19h no Hall da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Praça Tancredo Neves, Centro, Florianópolis), o livro “Santa Catarina em Quadrinhos”, de autoria do historiador Valmir Francisco Muraro e ilustrações do pernambucano Eduardo Oliveira.

O Livro possui 64 páginas e formato 21×26 cm, em cores, que narram a trajetória de grandes heróis, e datas importantes que levaram a formação do estado. A obra é um lançamento da Editora Cuca Fresca.

Preço: R$: 27,00.

FONTE: ZINE BRASIL

terça-feira, 27 de abril de 2010

Curso de Quadrinhos de Empresa com Ed Sarro


Estão abertas as inscrições para o novo curso do cartunista e professor Ed Sarros. Ed ministrará um oficina intensiva de quadrinhos em parceria com a Faculdade Metodista de São Paulo, chamada Trabalhando com Humor: as HQs na Comunicação Organizacional.

Como objetivo geral, o curso propõe uma alternativa para a comunicação organizacional, além de desenvolver a capacitação ou atualização do profissional das áreas de interesse relacionadas, ensinar uma alternativa de humanização das relações de trabalho e refletir sobre o papel e a eficácia da comunicação organizacional.

Para o conteúdo está programado o seguinte:
- Abertura, apresentações.
- O que é Humor.
- Pesquisas de clima: termômetro do humor da organização.
- Humanização das Relações Trabalhistas.
- O Efeito Dilbert.
- A imagem como instrumento didático.
- Breve panorama das histórias em quadrinhos.
- A linguagem dos quadrinhos.
- As histórias em quadrinhos na educação.
- Globalização e movimentos de Qualidade: mudanças na linguagem.
- As cartilhas de treinamento quadrinizadas.
- Estratégias para comunicar-se com humor: mural de charges de jornal, quadro de avisos, relatórios ilustrados, caricaturas em eventos, cartão de aniversário bem- humorado, cartilhas de treinamento em quadrinhos.

O curso foi pensando tendo como público alvo profissionais graduados de Recursos Humanos, Relações Públicas, Relações Trabalhistas, Comunicação Mercadológica e de Negócios, Gestores e público interessado.

Serviço:
2ª Data: 08/05/10 – sábado
Horários: das 9h às 18h
3ª Data: 26/06/10 – sábado
Horários: das 9h às 18h
Carga Horária: 8h
Local: Campus São Paulo
Endereço: Rua Silva Bueno, 1660 - Ipiranga / São Paulo-SP
Email: cursosp@metodista.br
Valor: Duas (02) parcelas de R$ 88,00*
*O valor da pré-matrícula corresponde a uma das parcelas do curso

Para se inscrever clique aqui.

FONTE: TOKA DI RATO

Espetáculo Dança em Quadrinhos estreia no Teatro Vila Velha


O espetáculo infanto-juvenil Dança em Quadrinhos estreia no próximo dia 29, quinta-feira, às 15h, no Teatro Vila Velha (Avenida Sete de Setembro, s/n, Salvador/BA), onde permanece até domingo, 2 de maio, e segue para o Centro Cultural Plataforma (Praça São Braz, s/n, Salvador/BA), a partir do dia 7 de maio.

A montagem apresenta seis personagens inéditos, inspiradas nos mitos africanos e nas ações cotidianas. Esses "super-heróis" ganham vida e mostram ao público que é possível modificar o mundo.

Para o diretor artístico Leandro de Oliveira, a proposta é tornar os heróis mais próximos do público baiano, a partir das matrizes culturais locais. "Percebemos que a maioria dos super-heróis é inspirada na mitologia grega. Pensamos em fazer heróis mais próximos da nossa realidade e em como nos inspirar nessas diversidades da cultura para criá-los", explica ele, que é o idealizador do projeto, em parceria com o quadrinhista baiano Daniel César.

Além do espetáculo coreográfico, o projeto artístico contará, também, com uma mostra, que trará 20 telas, que retratam o processo de construção e elaboração dos super-heróis.

Crianças e adolescentes de escolas públicas e projetos sociais terão acesso gratuito ao espetáculo por meio do plano de formação de platéia, que contempla 30% da lotação dos dois teatros nos quais as apresentações acontecem.

Oficinas de pintura serão realizadas ao final de cada sessão.

Para outras informações, clique aqui.

FONTES: UNIVERSO HQ E PROJETO CONTINUUN

Graphic novels do Brasil

Imagem da graphic novel Retalhos, de Craig Thompson

O termo graphic novel, cuja tradução para o português poderia ser romance gráfico, ainda levanta alguma discussão quanto a sua definição. Porém, independente disso, esse estilo de publicação vem ganhando adeptos no Brasil, tanto por parte do público quanto pelos próprios quadrinistas.

Ao serem editadas em formato de livro e tratarem de assuntos ditos mais sérios, essas histórias em quadrinhos ganharam status de literatura e, por isso, tentam se distanciar do termo gibi, popularmente conectado a publicações à venda em bancas de jornal, dominadas por histórias infantis ou de super-heróis.

Apesar de empregada em HQs desde o início da década de 1970, a definição graphic novel ganhou popularidade após o lançamento de Um Contrato com Deus, do quadrinista Will Eisner, em 1978. Seu sucesso comercial e de crítica foi responsável pela adoção do termo pelo setor editorial.

Isso não quer dizer que não existam graphic novels utilizando os mesmos super-heróis popularizados pelos gibis tradicionais. Publicações como Batman - O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller, e A Piada Mortal, de Alan Moore, são dois exemplos de graphic novels estreladas por heróis.

Após três décadas de publicações constantes, as graphic novels conseguiram conquistar uma fatia importante do mercado editorial norte-americano, e nos últimos anos têm ganhado espaço entre o público brasileiro - editoras como a Conrad e a Devir traduzem material estrangeiro há algum tempo. Porém, a principal mudança não envolve o leitor, mas a produção desse tipo de HQ e sua difusão nas livrarias.

O Brasil é conhecido por exportar desenhistas para as grandes editoras dos Estados Unidos, como Mike Deodato Jr (Incrível Hulk, da Marvel Comics) e Marcelo Campos (Lanterna Verde, da DC Comics), mas não por trabalhos autorais que se encaixem nesse formato e tenham o peso das 352 páginas de Persépolis, de Marjane Satrapi, ou das 592 de Retalhos, de Craig Thompson.

Agora, com o lançamento de Cachalote pela Quadrinhos na Cia, selo responsável pela publicação de quadrinhos da Companhia das Letras, o mercado editorial brasileiro parece despertar para as graphic novels. O que antes parecia escondido em poucas prateleiras ganhou lugar de destaque nas grandes livrarias do País - muito por conta da aposta de editoras de grande porte no segmento, como a Record e a própria Companhia das Letras.

Não que já não houvessem trabalhos deste tipo sendo feitos no Brasil. A obra do quadrinista Lourenço Mutarelli e a publicação no exterior de Mesmo Delivery, do desenhista Rafael Grampá, revelam a vontade dos brasileiros de produzir conteúdo autoral - vontade normalmente barrada pela falta de remuneração para a realização de um trabalho desse porte.

Se bem sucedida, Cachalote, primeira parceria do escritor Daniel Galera com o quadrinista Rafael Coutinho - filho do cartunista Laerte, pode atrair outras editoras para o segmento das graphic novels e, quem sabe, impulsionar o surgimento de uma nova geração de quadrinistas.

FONTE: ÚLTIMO SEGUNDO

Livro do francês Hervé Bourhis reconta história do rock em HQ


Dóris Miranda | Redação CORREIO

É só rock’n’roll. Mas quase todo o mundo gosta. Pois bem, quem tem o rock como estilo de vida não pode perder a maravilha ilustrada que o desenhista francês Hervé Bourhis, 35 anos, preparou para os fãs do gênero: O Pequeno Livro do Rock (Conrad/R$ 45/224 páginas). Composta como uma história em quadrinhos, a obra reúne toda a trajetória do gênero musical batizado pelo radialista americano Alan Freed, em 1951.

O encanto começa na capa, ainda fechada. Vermelha, com o centro preto, parece um daqueles antigos compactos de vinil de 45 rotações. Ao abrir o volume, uma experiência única. São centenas de quadrinhos que ilustram, ano a ano, o que se passou da década de 50 para cá, através de capas de discos, letras de música, moda, fatos e boatos divulgados mundo afora. Tudo com um texto divertido e, acima de tudo, pessoal. ustamente por isso, o almanaque de Hervé Bourhis é tão bacana. É tão caótico quanto o rock’n’roll, gênero que mudou o comportamento do jovem no mundo há 60 anos e, contrariando os diversos anúncios de sua morte, parece ainda não ter encontrado substituto à altura. “Não sou um crítico de rock profissional, não tenho vontade de ser completo, objetivo ou de boa-fé. Em suma, não tenho nenhuma legitimidade para escrever este livro, e foi por todas essas razões que eu mesmo assim o escrevi”, anuncia ele, no prefácio.

Pesquisa
A relação do autor com o rock começou aos 14 anos, quando começou a tomar nota de tudo o que lia em jornais e revistas especializados. Em 2005, passou a organizar as anotações. Surgia ali o esqueleto do Pequeno Livro. “O rock salvou minha vida. Estava morrendo de tédio quando entrei de cabeça na música. O que virou minha cabeça foi escutar Nevermind, do Nirvana”, conta. Revelando uma pesquisa extensa, Bourhis volta até 1915, quando foi lançado o primeiro jukebox de discos. Daí, vai mostrando a eletrificação da guitarra, a mudança de conceito do race blues para rhythm and blues até o batismo do rock propriamente dito no programa Moondog Rock and Roll Party, na rádioWJW, de Cleveland, Ohio.

Em 1953, aos 19 anos, Elvis Presley grava quatro músicas no estúdio Sun Records para sua mãe. No ano seguinte, a Fender lança a guitarra Stratocaster. Em 1955, Little Richard lança Tutti Frutti. Em 56, Elvis rebola, ao vivo, no Ed Sullivan Show, deixando os EUA boquiabertos. Em 1962, os Beatles e os Beach Boys lançam seus primeiros álbuns. Em 1964, os Rolling Stones já estão com tudo. No mesmo ano, o guitarrista do Kinks inventa a distorção ao rasgar a membrana do alto-falante de seu amplificador.

E por aí Bourhis vai. Em 1969, David Bowie lança Space Oddity, que se torna trilha sonora da chegada do homem à Lua. Em 1971, a black music ganha força nos EUA. Três anos depois, Bob Marley populariza o reggae. Em meados de 70, o punk rock chega com a força de Sex Pistols, Ramones e The Clash. A década de 80 surge misturando o rock triste doThe Cure,The Smiths e Joy Division com a música engajada do U2. Hit máximo: Thriller, de Michael Jackson. O bacana é que o livro não se prende ao rock americano ou ao brit pop. Ilustra muito bem a produção francesa, cujo ícone máximo ainda é o mito Serge Gainsbourg. Além da história propriamente dita, o livro cria espaços de oxigenação que divertem horrores. Um dos mais interessantes são as listas (quem não gosta delas?) que o autor propõe, no estilo Top 5. Há melhores de rhythm’n’blues, canções para surfar na Califórnia, os rocks mais selvagens, os artistas que morreram de overdose e as lojas de discos favoritas do autor e até a didática lista para entender o rock francês.

Engraçadíssimas são as ‘biografias’ que apresenta com artistas problemáticos. Alma dos Beach Boys, Brian Wilson, por exemplo, tem sua esquizofrenia exposta na narrativa do processo de gravação do álbum Smile, que demorou 37 anos para sair. Melhor mesmo são as batalhas polêmicas entre ícones de mesmo estilo. Tem guerra entre Chuck Berry contra Little Richard, Lou Reed versus David Bowie, The Who e The Kinks, Nirvana contra Pixies, Michael Jackson versus Prince, só para citar as melhores.

Sem se deter apenas nos mitos, O Pequeno Livro do Rock acaba servindo como uma discoteca básica do gênero, tamanho o volume de informações que acumula.

Brasileiros também são citados no livro
O Brasil também não ficou de fora da pesquisa que gerou O Pequeno Livro do Rock. No meio de tantos, Hervé Bourhis cita a Bossa Nova de Vinicius de Moraes, Tom Jobim e do baiano João Gilberto, apresentando o disco Chega de Saudade. Fala também do experimentalismo dos Mutantes, chamados pelo autor de Beatles brasileiros. Neste ponto, ele também cita a ditadura do Brasil.

A imersão percussiva do Sepultura no álbum Roots e o hype do Cansei de Ser Sexy também estão lá. Mas Bourhis acabou se confundindo. No lugar da banda paulista, ilustrou com o duo inglês Ladytron, que também faz tecnorock.

O melhor do rock francês segundo Hervé Bourhis

Serge Gainsbourg
Melody Nelson (1971)

Serge Gainsbourg
Initials BB (1988)

Brigitte Fontaine
Comme à la Radio (1969)

Pierry Henry
Messe pour le Temps Présent (1967)

Superdiscount
Superdiscount (1996)

Françoise Hardy
La Question (1971)

Daft Punk
Discovery (2001)

Katerine
Mês Maivaises Fréquentations (1996)

Michel Poinareff
Polnareff's (1970)

Air
Premiers Symptômes (1997)

FONTE: CORREIO*

segunda-feira, 26 de abril de 2010

CHARGISTA ORLANDO MATTOS GANHA PÁGINA NA WEB


O chargista Orlando Mattos, colaborador da Folha entre os anos 1950 e 1970 e morto em 1992, ganha página na web e lançamento de edição digital de livro dedicado à sua obra. No site www.cidadespaulistas.com.br/divulgacao/orlando-mattos estão fotos, charges, cronologia do artista e depoimentos. A iniciativa é parceria da Opy Comunicação com a Prefeitura de Diadema e o portal Cidades Paulistas.

FONTE: UOL

Inscrições abertas para cursos de mangá em Natal


Quem quer aprender como se faz um bom roteiro e ficar por dentro da técnica do traço do mangá japonês, não precisa mais se desesperar.

Miguel Rude e Giovana Leandro ministrarão aulas no IFRN a partir de 21 de maio, mas as inscrições encerram-se no dia 30 de abril.

FONTE: GHQ

Musa da boemia francesa


O artista plástico polonês Moise Kisling era seu grande amigo. Bem como o pintor japonês Fujita Tsuguharu. Com o fotógrafo norte-americano Man Ray(1), ela viveu um romance intenso. O bairro boêmio de Montparnasse, em Paris, era seu habitat. Lá, Kiki dividia seu tempo entre taças de vinhos nos cabarés e restaurantes, drogas e uma minúscula quitinete, compartilhada com o parceiro por um bom tempo. Por essas informações descritas acima, o leitor talvez possa não identificar Alice Ernestine Prinn. Foi justamente dessa necessidade de mostrar ao mundo um dos grandes nomes da boemia francesa do século 20 que o ilustrador Catel Muller e o escritor Jose-Louis Bocquet produziram a graphic novel Kiki de Montparnasse, recém-editada no Brasil pelo selo Galera Record.

Em um trabalho de pesquisa minucioso, os autores se debruçaram sobre a história de Kiki a fim de corrigir essa lacuna. Os textos de Bocquet são limpos e se casam perfeitamente com o traço ágil de Catel. Nas mais de 400 páginas de Kiki de Montparnasse, dá para perceber que a moça vivia cada minuto intensamente. Nascida em 1901 na região da Borgonha, ela foi criada pela avó — com quem mantinha uma ótima relação — e não sabia quem era realmente seu pai. Ao deixar a pequena comunidade Châtillon-sur-Seine, com apenas 12 anos de idade, ficou para trás a vida de “caipira” (nas palavras da própria mãe, que a levou para a capital abandonando-a nas ruas logo depois, porque o namorado mais jovem não a aceitava) e um amadurecimento precoce foi necessário.

Mas foi na rua, sobrevivendo a pão e vinho e passando frio, que Alice Prinn descobriu a boemia francesa e virou Kiki de Montparnasse. O amigo Kisling fez as primeiras pinturas, que conquistaram os intelectuais pelos traços exóticos e sensuais. “Kiki, seu olhar mexe comigo”, afirmava Man Ray durante as sessões fotográficas no ateliê-quitinete. “Para ver a beleza, é preciso ver a luz”, dizia o artista norte-americano, atuante direto no movimento Dadaísmo.

Música e pintura
Além de modelo de Man, Kisling, entre outros, Kiki se aventurou pela música e nas artes plásticas. A artista chegou inclusive a faturar com os quadros vendidos numa exposição. Hoje, as obras são verdadeiras relíquias. Nos cafés parisienses, encantava os frequentadores com sua música “picante”. Ela inclusive gravou discos e viajou a cidades como Berlim para mostrar seu trabalho. A vida pobre agora era coisa do passado. O glamour francês nos loucos anos de 1920 era cada vez mais a realidade.

Amiga de ícones da cultura mundial como Jean Cocteau, Marcel Duchamp, André Breton, Ernest Hemingway(2), Kiki foi eternizada em pinturas, esculturas, filmes experimentais e fotografias. O quadro Kiki de Montparnasse de vestido vermelho, feito por Kisling é uma das peças mais conhecidas. Por Kiki de Montparnasse, os autores Catel Muller e José-Louis Bocquet faturaram o prêmio Prix Essentiel, em 2008, e um ano antes levaram para casa o Grand Prix RTL Comix Strip e o Millespages BD.

1 - Surrealismo
Parceiro de Kiki por vários anos, Man Ray é o pseudônimo de Emmanuel Rudnitzky. Cineasta, pintor e fotógrafo, ele atravessou o Oceano Atlântico em 1921, a convite do amigo Marcel Duchamp. Ao lado de Marcel e de nomes como Tristan Tzara e André Breton, foi um dos responsáveis pela ruptura com o movimento surrealista.

2 - Corpo bonito
Ernest Hemingway conheceu Kiki no Dingo Bar, em Paris. Sobre a artista, ele observou: “Tendo recebido de início um lindo rosto, ela soube fazer dele uma obra de arte. Tinha um corpo de uma beleza maravilhosa e uma linda voz, uma voz que fala, não uma voz que canta”. O escritor escreveu o prefácio na versão americana da biografia Memórias de Kiki, censurada nos Estados Unidos.


FONTE: CORREIO BRASILIENSE

sábado, 24 de abril de 2010

REVISTA HISTÓRIA IMAGENS E NARRATIVAS


Saiu um texto meu sobre história e quadrinhos na Revista História Imagem e Narrativas. É um texto que eu apresentei em 2008, no Fazendo Gênero 8. Eu dei uma revisada, acrescentei imagens e enviei para publicação no último dia. Confiram o texto e toda a revista, que está muito boa, clicando na imagem.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Inscrições abertas para o Salão Universitário de Humor de Piracicaba


O 18º Salão Universitário de Humor de Piracicaba – Unimep 2010, está com as inscrições abertas, o encerramento do prazo é dia 28 de maio.

Podem participar todos os cartunistas que estejam cursando a graduação (ou pós–graduação) em qualquer curso universitário. As categorias para concorrer são: Charge, Cartum, Historia em Quadrinhos, Caricatura e Meio Ambiente.

Regulamento, valor dos prêmios, como se inscrever, dentre outras informações, clique aqui.

FONTE: BIGORNA

Cartunista americano Robert Crumb confirmado para a Flip 2010

O cartunista americano Robert Crumb, ícone dos quadrinhos underground, estará na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) deste ano. Crumb é o décimo autor a confirmar presença no evento, que acontece entre 4 e 8 de agosto, em Paraty (RJ).

Criador de personagens fortes - em especial as mulheres, de formas quase sempre volumosas - e de críticas ácidas à sociedade americana, Crumb produz histórias em quadrinhos (HQ) sozinho e com a esposa, Aline. O casal vive recluso na França. Muitas de suas HQs têm viés autobiográfico, e mostram, por exemplo, uma Aline beberrona e um Crumb mau humorado.

Nascido na Filadélfia em 1943, Robert Crumb tem obras clássicas - como a ilustração feita para a capa do disco Cheap Thrills, da cantora Janis Joplin - e já foi tema de um documentário lançado em 1994 pelo diretor Terry Zwigoff. Um dos últimos trabalhos do cartunista foi uma versão do livro bíblico Gênesis em HQ.

Entre os nomes estrangeiros já assegurados para a 8ª edição da Flip, estão os ingleses Terry Eagleton e William Boyd, o irlandês Colum McCann, o indiano Salman Rushdie, o israelense Abraham B. Yehoshua e a iraniana Azar Nafisi.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também está confirmado. Ele fará a abertura do evento, que este ano terá como homenageado o antropólogo Gilberto Freyre. FHC, que já assinou o prefácio de uma das edições de Casa Grande & Senzala, obra-prima de Freyre, analisará a produção do intelectual pernambucano.

FONTE: VEJA.COM

A Turma do Xaxado, criação de Antonio Cedraz, ganha nova revista em quadrinhos pela HQM Editora e Editora Cedraz.


Os personagens do desenhista baiano Antonio Cedraz ganharam uma nova vitrine na forma da revista em quadrinhos "Xaxado e Sua Turma" (HQM / Editora Cedraz, 36 págs., R$ 2,90). O título infantil começou a ser vendido nesta semana em lojas de quadrinhos e nas bancas de revistas. Os dois primeiros números foram publicados ao mesmo tempo. As histórias da Turma do Xaxado se passam numa cidade do interior do Brasil. Até agora, a série vinha sendo publicada principalmente em livros e em coletâneas de tiras.

Formada por personagens tipicamente brasileiros, A Turma do Xaxado chega às bancas em uma nova revista em quadrinhos, vivendo aventuras que falam da nossa terra, encantos e problemas, mas sem perder de vista a universalidade da experiência humana.
A Turma do Xaxado vive em uma pequena cidade do interior, mas suas aventuras não se limitam a esse espaço. Volta e meia estão na cidade convivendo com muitos dos seres fantásticos que povoam a cultura brasileira como o Saci, a Mula-Sem-Cabeça e o Caipora ou em aventuras com livros encantados, anjos, monstros e muita ação.
Xaxado e seus amigos têm à sua disposição toda uma riqueza cultural que se expressa nas diferentes maneiras de se falar, nos trajes, nas danças e músicas, nas imagens do dia-a-dia, nos costumes, nas comidas, nas relações humanas, na arquitetura, no jeito de ser de cada um.

Xaxado é o garoto esperto e de espírito aventureiro, Zé Pequeno é o boa-vida, Marieta é a amiga da língua portuguesa, Arturzinho acha que é o dono do mundo, Marinês é a defensora da natureza e Capiba quer ser um músico famoso. Deixe-se levar pelos personagens carismáticos e cheios de vida da Turma do Xaxado nesta nova revista em quadrinhos, que além das aventuras, traz curiosidades e passatempos, garantindo diversão para toda a garotada.

Com seus desenhos e histórias, Antonio Cedraz, o criador dessa turminha, ganhou prêmios e menções honrosas em concursos e exposições no Brasil e no exterior, entre eles o troféu como destaque no 2º Encontro Nacional de Histórias em Quadrinhos, realizado em Araxá (MG), em 1989; seis troféus HQMix, além de o Prêmio Ângelo Agostini de Mestre do Quadrinho Nacional.

Conheça mais sobre a turma do Xaxado no site www.xaxado.com.br.
Xaxado e sua Turma
Nova Revista em Quadrinhos
36 páginas em cores
R$ 2,90
Distribuição nacional: DINAP (Editora Abril)
NAS BANCAS DE REVISTAS DE TODO O BRASIL
Outras informações: cedraz@xaxado.com.br Tel: 3233-2223 e 8860-2224
carloscostahqm@hotmail.com

quinta-feira, 22 de abril de 2010

JAL no Sábados da Memória das Artes Gráficas

Cartunista Jal é o homenageado do próximo Sábados da Memória das Artes Gráficas, na Biblioteca de São Paulo. O evento gratuito registra trajetória de artistas para preservar a história das artes gráficas no Brasil

Neste sábado, 24 de abril, a Biblioteca de São Paulo promove a 3ª edição dos Sábados da Memória das Artes Gráficas, desta vez homenageando José Alberto Lovetro, o Jal. O depoimento começará as 14h e será mediado por Rubim Neto. Durante o evento, o cartunista – e jornalista – contará sua trajetória nesse segmento.

Além de cartunista, Jal também atua como jornalista, tendo começado sua carreira no jornal Folha de S. Paulo em 1973. É ainda presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil (ACB) e fundador das associações Brasil/Portugal de Banda Desenhada, Brasil/México de Humor Gráfico e Brasil/Cuba de Historietas e, ao lado de Gualberto Costa, um dos curadores dos Sábados da Memória, fundou o Troféu HQ MIX das Artes Gráficas.

Jal acredita que a participação no evento fará com que “revisite todas as coisas que já produzi ao longo da carreira, além de me ajudar como novas ideias para trabalhar”.

A homenagem ao artista consiste na gravação de seu depoimento para, posteriormente, ser transcrito, dando origem a cadernos biográficos que serão vendidos a preço de custo na Biblioteca de São Paulo e disponibilizado para o público geral. Logo após a sessão de depoimento, o homenageado deixará a marca de sua mão em uma lajota de concreto, que será aplicada num totem da fama dentro da Biblioteca.

O cartunista/jornalista JAL, iniciou sua carreira na Folha de São Paulo em 1973 e publicou em importantes veículos da mídia como O Estado de São Paulo, Veja, Visão, DCI, Semanário, Revista Arigatô, The Brazilians (NY), TV Tupi, TV Cultura, TV Gazeta, Tv Globo, Tv Bandeirantes, TV Manchete, TV Record, TV SESC, rádio Tupi, rádio USP, revista Sem Fronteiras (Bélgica/Holanda) entre outros.

O projeto de memória começou em 10 de abril com o primeiro depoimento do artista gráfico Zélio Alves Pinto, seguido no sábado seguinte, dia 17 de abril pelo quadrinhista da era das HQs de terror brasileiro, Rodolfo Zalla.

Os depoimentos são gravados e posteriormente transcritos para se transformarem em um livro que será disponibilizado à preço de custo na Biblioteca. Cada artista também deixa impressa a mão em uma placa de concreto para um totem que será erguido no próprio local.

A biblioteca fica na praça que foi inaugurada há dois meses no lugar do antigo Presídio Carandiru, em Santana. Seu público principal é de jovens que podem se inscrever gratuitamente e até levar para casa 5 livros por vez.

O projeto Sábados da Memória das Artes Gráficas na Biblioteca de São Paulo é uma iniciativa inédita de resgate da memória dos artistas gráficos brasileiros.

Todo sábado no auditório da Biblioteca de São Paulo, um renomado artista gráfico prestará um depoimento sobre sua vida, sua obra e sua técnica para o público presente. Este depoimento será gravado e transcrito, gerando cadernos biográficos que serão vendidos a preço de custo na Biblioteca, e disponível ao público em geral.

Esta homenagem não para por aí, após a sessão de depoimento o homenageado deixará a marca de sua mão em uma lajota de concreto, que será aplicada num totem da fama dentro da Biblioteca.

Em pouco tempo o Brasil terá um abrangente histórico dessa importante arte, que pouco foi preservada. Seus protagonistas serão os artistas e todos aqueles que de alguma forma colaboraram pro crescimento dessa arte no Brasil.

Sábado da Memória das Artes Gráficas
Dia 24 de abril, às 14h
Biblioteca de São Paulo
Parque da Juventude
Av. Cruzeiro do Sul, 2630 – Carandiru
São Paulo (SP)
Tel.: (11) 2089-0800 begin_of_the_skype_highlighting (11) 2089-0800 end_of_the_skype_highlighting
www.bibliotecadesaopaulo.org.br
www.bibliotecadesaopaulo.blogspot.com

FONTE: IMPULSO HQ

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Fim do Império e início da República em quadrinhos no Youtube

Um achado no youtube: uma montagem baseada no livro em quadrinhos Cai o Império! República vou ver! de Angeli e Lilia Moritz Schwarcz. Ótimo material para aulas de história.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Companhia Editora Nacional lança novas HQs com adaptações de obras famosas


A Coleção Quadrinhos apresenta novos volumes: O médico e o monstro, Os três mosqueteiros, Frankenstein, Drácula, O homem da máscara de ferro e Macbeth.

As edições têm 48 páginas e preço de R$ 23,90.

Nestas adaptações de obras clássicas para os quadrinhos, os autores trazem informações adicionais como o contexto histórico, mapas dos lugares em que a história acontece, eventos importantes ligados ao tema e as versões feitas para o cinema e TV.

Os títulos são um lançamento da Companhia Editora Nacional.

FONTE: UNIVERSO HQ

O Quilombo Orum Aiê, de André Diniz, está à venda


Já está nas livrarias e lojas especializadas O Quilombo Orum Aiê (110 páginas, R$ 32,90), novo álbum de André Diniz.

Diferente da maior parte de suas obras anteriores, Diniz não só escreveu a história como a ilustrou também, com forte inspiração na arte africana.

O álbum conta a saga de três escravos e um branco foragido que partem em busca de um quilombo utópico, após a revolta dos escravos malês de 1831. A busca pelo quilombo - que eles mesmos duvidam que exista em alguns momentos - é também uma jornada onde Vinícius, o jovem escravo líder do grupo, aprende bem sobre si, sobre as pessoas e sobre a vida.

O Quilombo Orum Aiê é um lançamento do selo Galera Record.

FONTE: UNIVERSO HQ

Histórias em quadrinhos inspiram criação de luminária


O designer alemão Ingo Maurer apresentou a luminária Bang Boom, tematizada a partir de balões, quadros e tipografia típica das histórias em quadrinhos. A luminária suspensa usa papel como matéria prima, disposto com cuidado para passar uma noção de um quadro de HQ em três dimensões. A Bang Boom é baseada em projetos anteriores do designer envolvendo iluminação e papel, para proporcionar um design inusitado com baixo custo.

Ingo Maurer é especializado em design de luzes e iluminação. Nascido na ilha de Reichenau, na Alemanha, estudou design em Munich e foi para os Estados Unidos em 1960, onde trabalhou como designer gráfico
freelancer. Em 1963, voltou para seu país de origem e fundou o seu próprio estúdio, batizado de Design M, que desenvolvia e fabricava lâmpadas com base nos desenhos do fundador. Anos mais tarde, a empresa teve o nome mudado para Ingo Maurer GmbH, e desde o começo da década de 1980 emprega jovens designers e desenvolvedores.

FONTE: REVISTA PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Exposição Marginália - SESC Campinas


João Antonio Buhrer, realiza uma exposição com parte do acervo de seus famosos "Arquivos Incríveis" no SESC Campinas. João possui uma das maiores coleções particulares de publicações (sobretudo alternativas e independentes), discos e anúncios publicitários antigos e raríssimos do Brasil, sendo um dos maiores pesquisadores do assunto no país. Seu acervo pessoal contém um verdadeiro pedaço da cultura brasileira. E, parte desse acervo, principalmente material das décadas de 60, 70 e 80, pode ser vista ao vivo na exposição "Marginália" até o dia 29 de abril.

A exposição faz parte de um circuito de atividades culturais que envolve desde a exposição, a shows, mesas de discussões, performances e espetáculos teatrais. O SESC Campinas fica na rua Dom José I, 270/333, em Campinas – SP. O fone de lá é (19) 3737-1500 begin_of_the_skype_highlighting (19) 3737-1500 end_of_the_skype_highlighting. O horário de funcionamento é de terça a sexta, das 7h às 22h. Sábados, domingos e feriados, entre 9h30 às 18h.

Mais informações pelo site oficial aqui.

FONTE: BIGORNA

Woody Allen em Quadrinhos


A editora Desiderata promete lançar ainda este ano o álbum Woody Allen em Quadrinhos, em que o cartunista Stuart Hample usa o diretor de cinema como personagem.

A notícia foi publicada no sábado no Sabático, caderno semanal do jornal O Estado de S. Paulo especializado em livros.

As tiras são marcadas pelas neuroses típicas dos personagens que Allen interpreta em seus próprios filmes. Muitas delas se passam até mesmo num cenário recorrente dos longa-metragens do diretor: o consultório do psinacalista.

Originalmente, a série foi produzida entre 1976 e 1984. Chegou até a ser publicada no Brasil. Em 1978, ganhou uma tradução de Ruy Castro pela L&PM Editores, chamada O nada e mais alguma coisa.

Em 1981, a Record publicou a compilação A vida privada de Woody Allen (da qual saíram as imagens desta nota).

A Desiderata, que retoma a série, faz parte do grupo Ediouro, que também publica quadrinhos por selos como Agir e Pixel Media.

FONTE: UNIVERSO HQ

Conheça o site Gibi Raro

O quadrinhísta e pesquisador de HQs Kendi Sakamoto convida a todos para visitarem seu site "Gibi Raro", criado para catalogar informações sobre gibis lançados no Brasil, de todas as épocas e editoras (tanto de HQs nacionais como estrangeiras).

O site é uma verdadeira enciclopédia virtual com centenas de títulos catalogados, além de seções bem legais como a biografia de artistas dos Quadrinhos. Lá você pode consultar a biografia de mestres da HQ Nacional como Primaggio, Edmundo Rodrigues e Rodval Matias, entre outros. E pode levantar informações sobre gibis lançados no Brasil dos quais você, com certeza, nem sequer tinha ouvido falar. O único porém é que o site ainda esta no início, e, portanto, muitas seções ainda estão incompletas, faltando dados e capas.

Mas a iniciativa de Kendi é muito interessante e com tempo, aliado a dedicação, ele transformará o site num dos principais referenciais de publicações em Quadrinhos da internet.

Para executar a árdua tarefa de atualizar constantemente o site, Kendi aceita colaborações . Os quadrinhístas podem enviar capa e releases de suas revistas e livros, bem como as próprias biografias para constar no acervo do site.

O email para envio do material é kendi.gibiraro@gmail.com . Para visitar o site basta acessar aqui.

FONTE: BIGORNA

Conheça os dez clássicos mais procurados da literatura infantil


Neste domingo (18), é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil. Em 2002, o então presidente Fernando Henrique Cardoso escolheu o dia do aniversário do escritor e criador da literatura infantil no Brasil, Monteiro Lobato, como mote da data.

Autor de clássicas histórias infantis, como O Sítio do Picapau Amarelo (1939), Monteiro Lobato é patrono de uma biblioteca homônima, localizada em São Paulo.

Sueli Nemen Rocha, uma das responsáveis pela instituição, contou ao R7 quais são as dez obras mais alugadas pelos frequentadores. Veja abaixo a lista:

1) As Reinações de Narizinho (1931), de Monteiro Lobato
Livro que deu origem à série Sítio do Picapau Amarelo, exibe as aventuras dos personagens Emília, Pedrinho e Narizinho, Visconde de Sabugosa, Dona Benta e Tia Nastácia.

2) Menina das Estrelas (2007), de Ziraldo
Ziraldo faz um perfil das meninas, em que aborda a infância e a passagem para a adolescência. O livro também fala sobre o heroísmo dos pais, a cumplicidade entre amigas e o interesse pelos meninos.

3) A Família do Marcelo (2001), de Ruth Rocha
No livro, assuntos como semelhanças e diferenças entre as pessoas, respeito e cooperação são tratados.

4) Série Bruxinha (1981), de Eva Furnari
Com narrativas inusitadas, Eva criou a desastrada bruxinha e suas mágicas atrapalhadas.

5) Fábulas de Esopo (620-560 a.C.)
As fábulas eram uma forma de educar moralmente as crianças. As mais conhecidas e lidas são: A Tartaruga e a Lebre; A Raposa e as Uvas e O Lobo e o Cordeiro.

6) A Branca de Neve (1812), dos Irmãos Grimm
As histórias da personagem Branca de Neve surgiram da tradição oral alemã e foram compiladas pelos Irmãos Grimm e publicadas entre os anos de 1812 e 1822. A clássica história também foi adaptada para as telonas em um desenho da Disney.

7) Poemas Para Brincar (1990), de José Paulo Paes
A obra do poeta e tradutor brasileiro lhe rendeu um prêmio Jabuti de Melhor Livro Infantil.

8) A Turma da Mônica (1963), de Mauricio de Souza
As histórias em quadrinhos criadas pelo cartunista brasileiro fazem sucesso desde 1963, ano em que foi criada a personagem dentuça Mônica.

9) Mafalda (1964), de Quino
As história em quadrinhos da personagem Mafalda foram criadas em pelo desenhista argentino Quino e fazem sucesso até hoje.

10) Naruto (1999), de Masashi Kishimoto e Shonen Jump
A série de mangá criada pelo desenhista japonês Masashi Kishimoto exibe a história do protagonista Naruto Uzumaki.

FONTE: R7

domingo, 18 de abril de 2010

Agostini, Rio de Janeiro e a chuva

Gosto muito de Agostini. Aprendi a gostar com o Octavio Aragão, fiz minhas primeiras pesquisas e ainda continuo estudando sobre o autor e sua obra. Agostini me possibilita unir duas coisas que gosto: quadrinhos e história.

Esta semana recebi uma indicação de texto de André Brown que adorei. Segue o texto, com a devida referência à fonte. Espero que gostem, também.

INUNDAÇÕES NO RIO DE JANEIRO DE ONTEM E HOJE

André Brown

O céo parece rasgar-se em agua, como diria Chateaubriand, e ameaçar-nos de mais um dilúvio; as ruas enchem-se, os rios transbordam; vamos ser todos afogados... (DAST,Julio. Revista Illustrada, Rio de Janeiro, 12.1.1884. Correio Fluminense, anno 9, nº 368, p. 2.)

Figura 1 - AGOSTINI, Angelo. Revista Illustrada. Anno 9, nº 368. Rio de Janeiro, 1884. (p.4)

Assim foi d'esta vez; o Rio de Janeiro quasi não viveu esta semana. O novo anno começou mal. 1883 foi o anno dos terremotos; contaram-se mais de tres duzias. 1884, parece, chamar-se-á o anno das inundações, senão do dilúvio.

Foi com effeito sob a fórma d'um forte aguaceiro, que o anno novo nos remetteu seu cartão. Aguaceiro continuo, que não cessou mais. Ha seis dias que chove forte, grosso, abundantemente e sem interrupção, sem estiar um momento. O Rio de Janeiro não teve uma hora de bom tempo, de sol, para pôr a cabeça de fóra; teve que ficar em casa como Choufleury e resmoer, triste, o seu tedio. (DAST,Julio. Revista Illustrada, Rio de Janeiro, 5.1.1884. Correio Fluminense, anno 9, nº 367, p. 2.)

É sobretudo quando chove, que se vê quanto a cidade do Rio de janeiro é incommoda e relaxadamente construída. O pedestre é realmente acossado por mil meios, de todos os lados, por cima, por baixo, pela esquerda, pela direita. Restricto a marchar pelo passeio, elle recebe por cima a agua dos cannos quebrados, das goteiras mal arranjadas; por baixo, os cannos mal collocados atiram-lhes golphadas d'agua de afogar um elephante; as rodas dos carros, tilburys, etc., salpicam-n'o pela direita, pela esquerda.

Entretanto, se as posturas municipaes, que as ha e bem intelligentes a esse respeito, fossem observadas, nós não teríamos nem essas golphadas d'agua sobre as canellas, nem essas fortes duchas sobre o occiput ou o castor... porque não obrigar os fiscaes a olharem para estas cousas.

Seria um grande serviço á população fluminense.( ROLANDO. Revista Illustrada, Rio de Janeiro, 5.1.1884. Correio Fluminense, anno 9, nº 367, p. 2 - 3.)

Não fosse a ortografia e as referências de época, seria fácil confundir os textos e imagens, publicados originalmente na Revista Illustrada de Angelo Agostini no Rio de Janeiro de 1884, com as trágicas notícias dessa semana. Depois de 126 anos da publicação destes exemplares da Revista Illustrada, ainda não aprendemos a lidar com os problemas da cidade, que se repetiram, sempre a custa de vidas humanas, pelo menos, nas grandes inundações de 1966, 1988, 1996 e na atual em 2010.

O tempo tambem quiz tomar parte no entrudo; e o esplenduroso prestito dos Fenianos teve a mesma sorte do que o exercito de Pharaó na passagem do mar Vermelho!

Figura 2 - AGOSTINI, Angelo. Revista Illustrada. Anno 9, nº 373. Rio de Janeiro, 1884. (p.4)

Ainda no século XIX, Agostini e os cronistas da Revista Illustrada apontavam para o acúmulo de lixo nas ruas do Rio de Janeiro e a deficiente infraestrutura urbana como causadores de enchentes e epidemias. O cuidado com o lixo é uma responsabilidade do poder público e também da população. Como podemos aprender com os quadrinhos de Agostini, que é uma característica climática da cidade a recorrência de fortes chuvas, é preciso trabalhar preventivamente para evitar novas catástrofes, ou pelo menos diminuir o impacto das enchentes com ações diretas que consigam impedir a construção de habitações em áreas de risco, o despejo de lixo nas encostas e rios.

Figura 3 - AGOSTINI, Angelo. Revista Illustrada. Anno 6, nº 237. Rio de Janeiro, 1881 (p. 4).

O Rio de Janeiro ainda sofre com o excesso de lixo produzido e com as consequentes epidemias como a de dengue, agravada pelo acúmulo de lixo que se transforma em focos do mosquito Aedes Aegypty em toda a cidade, mesmo com a atual coleta diária de nove toneladas de lixo pela Comlurb[1]. A Revista Illustrada mostra, em seus quadrinhos, o impacto da febre amarela e da peste bubônica no Rio de Janeiro oitocentista, em contraponto mostra também que surge, naquele período, a revolução na limpeza urbana empreendida pelo francês Aleixo Gary na corte imperial:

Uma discreta notícia inserta na Gazeta de Notícias de 11 de outubro de 1876, sobre o novo contratante da limpeza urbana da cidade, deixa antever importantes mudanças na administração e execução do serviço de limpeza urbana. Aleixo Gary, francês de origem, inaugurava uma nova era na história da limpeza pública no Rio, apoiado principalmente em sua eficiência de trabalho. (Disponível em <> acesso em 02/04/2010.)

Até hoje os trabalhadores encarregados da limpeza urbana no Rio de Janeiro são conhecidos pela população carioca como garis, uma clara referência à ação de Aleixo Gary. A história em quadrinhos que narra esse episódio do cotidiano carioca, publicada na Revista Illustrada pode servir como recurso pedagógico para aulas sobre cuidados com o lixo nas cidades, coleta seletiva, reciclagem e prevenção às epidemias. Podem ser úteis também na elaboração de materiais didáticos, campanhas educativas.



[i] Companhia Municipal de Limpeza Urbana - Comlurb - é a maior organização de limpeza pública na América latina. Sociedade anônima de economia mista tem a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro como acionista majoritária. Seu principal objetivo é a limpeza urbana no município do Rio de Janeiro, tendo como principais atribuições os serviços de coleta domiciliar, limpeza dos logradouros públicos, das areias das praias, de parques públicos, do mobiliário urbano, dos túneis, viadutos, e, em especial, a limpeza e higienização de hospitais municipais. Coleta e destinação adequada de todos os resíduos produzidos em unidades de saúde localizadas no município do Rio de Janeiro. Transferência, tratamento e disposição final do lixo. A empresa também dispõe de um Centro de Pesquisas Aplicadas, em Jacarepaguá, o Centro de Informações Técnicas da UNICOM – Universidade Corporativa da Comlurb, o Galpão de Artes Urbanas Hélio G. Pellegrino, na Gávea, e a Casa de Banhos Dom João VI – Museu de Limpeza Urbana, no Caju. (disponível em acesso em 02/04/2010.

FONTE: CARTUM FAZ HISTÓRIA

ENTREVISTA COM MAURÍCIO DE SOUZA

O mapa da fantasia

Principal atração do último dia da IX Bienal Internacional do Livro do Ceará, Mauricio de Sousa ministra hoje a palestra "Como fazer quadrinhos e dar certo no Brasil". Criador da Turma da Mônica, o quadrinhista paulista é o exemplo mais bem-sucedido na história das HQs brasileiras, conjugando qualidades estéticas e sucesso comercial. Em entrevista por telefone ao Caderno 3, Mauricio falou dos planos de voltar à prancheta, de seu sucesso mais recente (a Turma da Mônica Jovem) e de uma de suas referências, o escritor Monteiro Lobato

O público leitor das duas versões da Turma da Mônica é o mesmo? O mangá tem atraído leitores para a turma tradicional?

Acredita que isto está acontecendo também? Nossos leitores da Turma da Mônica Jovem já foram leitores da turminha. Só que o pessoal que tinha abandonado o clássico e voltou quando começamos a produzir desta maneira diferente, como um mangá brasileiro. Acontece que eles ficam saudosos, sentem falta dos personagens crianças e voltam a comprar o gibi. Isso se comprova olhando as vendagens. As vendas dos gibis da turma clássica não sofreram com a chegada da turma jovem. As vendas não caíram, o que indica que um não canibalizou o outro.

Seus personagens se transformam com o tempo, mas mantém suas características essenciais. Você é ligado em novidades? Lê quadrinhos contemporâneos?

O básico é o temperamento do personagem. Nisso você não mexe: tem que continuar. O resto é apreendido pela sociedade. Você não tem como ir contra isto. Hoje, por exemplo, batemos muito nessa questão de inclusão. É o assunto do momento. Hoje temos que bater muito na questão da proteção do meio ambiente. Estes assuntos já apareciam nas revistas da turma. Eu fazia muito isso com o Papa Capim, um pouco com o Chico Bento, mas não fazia com a Mônica. Hoje faço. É uma adequação.

Li que seus pais eram poetas. Acredito que isso signifique que a leitura foi algo bem presente na sua infância. O que você gostava de ler?

Bem, lógico que aprendi a gostar de ler com o gibi. E como todo leitor comum, fui parar no Monteiro Lobato. Li todos os livros infantis dele. Sabia passagens inteiras de cor. Chegou um dia em que o gibi não bastava, que o Lobato não bastava, aí fui pros livros de aventura, Jack London, Julio Verne, você sabe. Depois caí nos romances brasileiros, por causa da escola, e, por conta própria, na literatura internacional. Gosto bastante de Dostoiévski. Eu lia num fôlego só, virei um leitor compulsivo. Houve uma época em minha juventude em que eu lia um livro por dia. Isso me ajudou muito, já que me tornei um escritor de histórias infantis.

Você ainda lê todos os dias?

Não leio tanto quanto gostaria. Eu tento. Leio os jornais diários, todas as revistas semanais e deixo sempre uns livros no criado mudo. Estou voltando a ler Monteiro Lobato. Estou o redescobrindo, não só como escritor e artista que ele era, mas como um empresário, o alucinado, o idealista, o corajoso, às vezes exagerado. Fazia tempo que queria saber mais sobre a história dele e reler os velhos livros infantis, para ter uma base revolução que Lobato provocou. Peguei uma edição especial, comemorativa, que a editora Brasiliense lançou em 82. É um livrão com a obra infantil completa e a história da vida dele. Estou adorando. Na releitura, tenho visto coisas diferentes de quando li na infância. Percebi como sua obra é mais séria do que eu imaginava. É uma pena que Lobato não tenha montado um esquema de perenização da obra e dos personagens, com modernização, para a coisa continuar andando depois de sua morte. No entanto, é uma obra fechada, concluída, de valor inestimável, como crônica de uma época. Tenho aproveitado muito seu exemplo. Encontro ali lições que ajudam, nas coisas que dão certo e nos erros que não posso incorrer.

Lobato foi uma referência para a criação de seu universo infantil?

Não exatamente. Em um ponto sim, que é a irreverência de seus personagens.

Você falou em atualização, e da atenção que dá aos temas atuais. E no campo da linguagem? Você acompanha as novidades dos quadrinhos?

Nisso eu também procuro me atualizar. As pessoas que trabalham comigo me ajudam nisso. O Sidney Gusman (jornalista especializado em HQs e responsável pela área de Planejamento Editorial da Mauricio de Sousa Produções) me ajuda bastante. Você conhece é um ´expert´, um cara que conhece tudo, sabe de tudo que está saindo. Procuro estar inteirado de tudo: os assuntos do momento, as tendência, as moda. Se a moda é bruxo, vampiro, vemos uma forma de trazer para nossas revistas, através das paródias - que é algo que fazemos há muito tempo. Estar inteirado é realmente uma preocupação minha. Estamos sempre atentos.

Ainda sobra tempo para escrever roteiros, criar argumentos ou desenhar alguma coisa?

Não, infelizmente não. Tenho uma equipe de excelentes auxiliares, os roteiristas que escrevem as histórias das nossas revistas. Falo com eles, dou umas ideias e criamos um trabalho coletivo. A minha função nesse trabalho é o de editar, de orientar os meninos, de aceitar ou não aceitar o que é sugerido, de propor mudanças,... Adoraria ter tempo para fazer um pouco mais. Estou preparando minha filha Marina para cuidar da casa e espero poder voltar a criar. Quando isso acontecer, quero escrever textos para livros infantis e tiras de jornal.

Com as tiras, você volta as origens.

Isso mesmo. Adoro o formato. A tira me permite fazer uma história em quadrinhos jornalística. É mais ágil e posso falar do que está acontecendo no momento.

Você já quis criar algo fora do universo de seus personagens, como quadrinho de super-herói? Algo na linha de Will Eisner, envolvendo autobiografia, drama?

Não. Mas você sabe porquê? Porque não sei fazer isso. O que sei fazer bem é o que boto nas nossas revistas. E hoje mau tenho tempo de fazer o que sei fazer com quadrinhos. Nunca quis entrar nestas áreas, pois seria uma experimentação. Podia não ficar bom. Além disso, pensando em termos comerciais, o que fazemos na Maurício de Sousa Produções rende melhor do que estes outros segmentos.

O que você pensa destes projetos MSP - 50?

Foi uma aposta que fiz nas comemorações dos meus 50 anos de carreira (celebrados em 2009). Sempre quis ver a releitura de grande artistas para o nosso material. Uma vez, acho que nos 30 anos da Mônica, fizemos uns posteres. Pedimos a artistas do mundo inteiro. Ficou lindo! Tinha Will Eisner (lenda das HQs nos EUA), Guido Ceprax (italiano, famoso pelas aventuras eróticas da personagem Valentina). Desde então, existia a ideia de fazer a mesma coisa com quadrinhos. O pessoal reagiu bem ao primeiro volume (do qual participou o cearense Daniel Brandão), tanto que estamos preparando o segundo.

FIQUE POR DENTRO
O tesouro esquecido

Não é todo dia que se vê publicado um álbum de quadrinhos como "O Pavão Misterioso", parceria das editoras Tupynanquin, de Fortaleza, e Luzeiros, de São Paulo. Trata-se de uma quadrinhização do cordel clássico do poeta paraibano José Camelo (1885 - 1964), feita pelo desenhista Sérgio Lima, autor da mesma geração de mestres do quadrinho nacional, como Eugenio Collonese e Nico Rosso. Lima ficou mais conhecido como autor de histórias de terror. Trabalhando com o folheto, manteve os versos do original e deu-lhes imagens em preto e branco, de traço realista e minimalista. A adaptação foi lançada em um pequena tiragem, em formatinho, em meados dos anos 60 e não teve grande repercussão. Agora em formato de luxo, com tratamento digital e novo letreiramento feito por Klévisson Viana (veterano nas artes do cordel e do quadrinho), o "Pavão" em HQ reaparece e já se impõe como clássico dos dois gêneros. As editoras prometem mais títulos, no mesmo formato. Parte do material pertence aos arquivos da Luzeiros, que trabalhou com adaptações do gênero nos anos 50 e 60. O álbum será lançado hoje, às 10 horas, no Espaço João Miguel de Cordel

Frases

"Houve uma época em minha juventude em que eu lia um livro por dia"

"Chegou um dia em que o gibi não bastava, aí fui pros livros de aventura"

"Os gibis da turma clássica não sofreram com a chegada da turma jovem"

MAIS INFORMAÇÕES:
IX Bienal Internacional do Livro do Ceará. Até hoje, Centro de Convenções (Av. Washington Soares, 1141). Site: www.bienaldolivro.ce.gov.br

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE