sábado, 31 de outubro de 2015

"Vidas Secas", de Graciliano Ramos, ganha edição em formato HQ

Na última terça-feira (27/10), chegou às livrarias a revista em quadrinhos baseada na obra "Vidas Secas", do escritor Graciliano Ramos. A Editora Record é a responsável pela nova edição.De acordo com a revista Fórum, "o livro dá a chance ao leitor de encontrar detalhes, de ressaltar temas que talvez tenham passado despercebidos numa leitura anterior". 

Graciliano Ramos nasceu em 1892, em Alagoas (AL). Considerado um dos escritores brasileiros mais importantes de seu tempo, tem "Vidas Secas" como sua principal obra. Lançada em 1938, narra a história do retirante Fabiano e sua família, que enfrentam a fome e a sede para sobreviver à peregrinação pelo sertão.

Publicado no Portal Imprensa

Educadores do Colégio Liberdade apostam na literatura em quadrinhos para promover a leitura‏

No Colégio Liberdade, em Palmas, os educadores estão investindo na literatura em quadrinhos para promover a prática da leitura entre os alunos e na criatividade da disposição dos livros para chamar a atenção das crianças e jovens.

Levar os livros da Biblioteca ‘Cantinho do Saber’ até os alunos foi ideia da educadora Lauriza Barbosa que está há mais de um ano cuidando do acervo, composto por uma média de 5 mil títulos, de diversos segmentos literários.

O estudante Alex Pereira Sales tem apenas 11 anos, estuda na turma do 5º ano, e sabe a importância que tem os livros para a sua formação. “Agora estou lendo a Guerra dos Farrapos, em quadrinhos, li também sobre as guerras mundiais, são livros mais agradáveis de ler porque têm os personagens”, explicou Alex. Os alunos que leem a história brasileira e mundial em quadrinhos têm à sua disposição o figurino, armamentos e as construções da época.

Alex é filho de Cícero Sousa Sales e de Dulcivan Pereira Batista. Ele não espera pela cobrança dos pais. O estudante gosta de se aventurar pelo universo da leitura e tem em casa um espaço dedicado aos seus livros. “Como no futuro teremos que ler muito, prefiro começar agora”, disse.

Outra aluna que aproveita os intervalos das aulas para bisbilhotar os livros é Daniela Vitória, 9 anos, que estuda na 4ª série. Filha de Guvem Miranda e Ana Cléia, Daniela sabe que se exige muita leitura das pessoas quando elas crescem. “Leio porque é importante e sei que tenho que estudar muito”, confessou.

As jovens Ednair Turíbio da Cruz, 13 anos e Loislene Torres de Sousa, 13 anos, ambas matriculadas na 7ª série, também gostam de ficar na biblioteca. Elas leram toda a coleção de Mauricio de Sousa. “Percebemos que a base das provas como o Enem é a leitura e que aquilo que aprendemos será cobrado no futuro, por isso procuramos ler sempre”, explicou Ednair.

Gustavo Vieira Fragoso, 11 anos, da 5ª série, é filho da merendeira Luciene Gomes Fragoso. Quando termina a aula, Gustavo espera pela mãe na biblioteca e com isso tomou gosto pela leitura. Estava lendo uma adaptação da peça de Moliére denominada ‘Médico à força’, feita por Márcio Trigo, em quadrinhos. “Leio para aprender a escrever melhor”, disse.

Para a professora Lauriza “ler é viver”, por isso ela improvisa os cantinhos da leitura, embaixo de árvores, no pátio da escola, nos corredores e, muitas vezes, pendura os livros nos galhos das árvores. “Criamos várias formas de incentivo à leitura. Hoje temos disponível no formato de quadrinhos obras como O Cortiço de Aluísio Azevedo, Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, entre outras”, contou Lauriza.

A diretora da escola, Maria Nazaré Macena Rodrigues explicou que toda a equipe pedagógica trabalha em conjunto com as ações desenvolvidas pela equipe da biblioteca. “A intenção é preparar os nossos alunos para que tenham uma ótima leitura, sejam capazes de interpretar, de compreender o contexto do que leram. Dessa forma, eles estarão mais preparados para a vida”, esclareceu Maria Nazaré.

Dez minutos de leitura

Além dos projetos de leitura promovidos pela equipe da biblioteca, os professores também desenvolvem diversas atividades, como produção de textos, danças e outras atividades que complementam a formação da criança e do jovem.

Outro projeto é a roda de conversa, em que os alunos têm 10 minutos para compartilhar as histórias que estão lendo. Com isso, há uma interação entre professor e o educando. “Isso é muito bom, porque também trabalhamos os aspectos da oralidade, da narração e da descrição”, finalizou Maria Nazaré. 


Postado originalmente no Surgiu

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Há 50 anos: uma breve história do primeiro fanzine brasileiro

No dia 12 de outubro de 1965, o desenhista piracicabano Edson Rontani entrou para a história dos quadrinhos brasileiros ao criar o primeiro fanzine do País dedicado à nona arte.
Ainda denominado “boletim informativo”, Ficção estreou em mimeógrafo à tinta, com textos e ilustrações em preto e branco. Apresentando matéria e notícias datilografadas, com desenhos do próprio Rontani, a publicação durou cerca de 12 edições, sempre divulgando curiosidades sobre personagens dos gibis, editoras da época e publicações do gênero. Colecionador de revistas em quadrinhos desde a infância, o autor as estudava e guardava dados históricos para dividir com outros colecionadores.
Com tiragem girando em torno de 600 cópias, as edições eram distribuídas pelo correio e hoje carregam uma curiosidade. De acordo com os registros deixados por Rontani, foram enviados exemplares para Mauricio de Sousa, José Mojica Marins (Zé do Caixão), Gedeone Malgola, Adolfo Aizen (dono e editor da Ebal), Jô Soares e outros artistas ligados aos quadrinhos ou apenas aficionados por eles.
Em 1971, depois que a palavra “fanzine” (surgida nos Estados Unidos, mesclando fan – fanático – com magazine – revista) foi incorporada ao linguajar dos quadrinhos no Brasil, Rontani lançou uma nova versão do informativo, que passou a se chamar Fanzine Ficção. Três anos depois, ele lançou oUniverso H.Q. E em 1982 publicou seu último título, Rontani Fanzine.
Edson Rontani foi desenhista artístico e lecionava no Instituto Orbis, em Piracicaba/SP. Em 1948, ele criou Nhô Quim, a mascote do clube de futebol XV de Novembro de Piracicaba. Aposentou-se como desenhista técnico da Secretaria Estadual de Agricultura e faleceu em 1997.
Um pioneiro a quem os atuais editores de fanzine têm que cultuar. Do alto das facilidades de criação, impressão e distribuição nestes tempos tecnológicos.

RETIRADO DO UNIVERSO HQ